Vez por outra o lixo dá problema
O ano era 2012. O prefeito de Maceió, Cícero Almeida. Um contrato que teria gerado um prejuízo superior a R$ 200 milhões aos cofres do município causou (e ainda causa) grande dor de cabeça ao antigo gestor. O prejuízo teria sido causado devido a um contrato com empresas de lixo da capital alagoana.
Dez anos se passaram. Agora, em 2022, matéria jornalística de O Estado de S. Paulo revela gastos extraordinários através do orçamento secreto para compra de… caminhões coletores de lixo. Aquisições feitas sem qualquer critério técnico e com sobrepreço que chega a até 700%, cuja soma ultrapassa R$ 109 milhões, após análise de 1.200 contratos.
Municípios sem qualquer necessidade dos equipamentos o receberam. Exemplo é a Barra de São Miguel. O prefeito? Benedito de Lira. Sim, o pai do Arthur Lira. Biu já era afeito ao investimento no lixo. Em 2012, foi ele quem saiu em defesa do então prefeito Cícero Almeida. E quem pagou o cheque? A Codevasf. A mesma presidida em Alagoas pelo Joãozinho Pereira, aliado de Arthur.
Hoje prefeito, Biu de Lira recebeu três caminhões de lixo para a cidade. Quem apadrinha? O dono da caneta, o presidente da Câmara, Arthur Lira. Onde os equipamentos estão? Parados. Adquiridos sem critério técnico, os caminhões atenderiam a municípios com população muito superior aos cerca de 9mil habitantes da Barra. Os recursos, porém, foram pagos (e muito bem pagos).
Não significa dizer que apenas Biu foi o beneficiado. Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil também foi outro grande beneficiado, com indicação de aliados para receber a mesma benesse. Vez por outra, o lixo dá problema.
Viva o orçamento secreto. Afinal, como disse o chefe do Executivo federal (recuso-me a proferir o palavrão que o nome dele representa), esse dinheiro serve para “acalmar o pessoal do Congresso”.
Acabou a corrupção.